quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A GRAÇA IRRESISTíVEL




A GRAÇA IRRESISTíVEL

Arthur Henrique de Lima Silva
arthurlima100@hotmail.com

Nos últimos anos o homem perdeu o foco em sua missão de divulgar a Boa Nova de Cristo, para tentar convencer a humanidade do pecado, ou somente tentar atrair mais pessoas para sua religião. Que ganho tem isso? Como diria John Stott, “Sou cristão não porque a fé é atrativa, mas porque é verdadeira”.
Ao observar o rápido crescimento da Igreja em Atos, podemos perceber que a única “estratégia” para se “ganhar almas” era simplesmente a revelação da boa nova do evangelho, que Cristo ressuscitou dentre os mortos. A simples difusão da noticia do Cristo ressurreto foi o suficiente para constranger o homem do pecado e o fazer voltar-se para Deus. Por isso, Cristo, antes de ser assunto aos céus, mandou que fossemos por todo o mundo e divulgássemos o evangelho. Em Atos 2:47 o apostolo Paulo testifica que o Senhor acrescentava à igreja os que iam sendo salvos.
O Eunuco que voltava de Jerusalém (Atos 8:26-39) é um exemplo da rendição ao irresistível poder da palavra. Felipe, guiado pelo Espírito, simplesmente explicou o que ele já estava a ler, e o apresentou a Jesus como Cristo. Foi o suficiente para ele pedir que parasse a carruagem para que fosse batizado naquele instante em uma poça d’água. Note que não há apelo, muito menos a controvertida frase: “Aceite a Jesus”. O Espírito Santo agiu ao levar Felipe ao Eunuco, que foi consequentemente rendido pela verdade transformadora e irresistível de Jesus, o Cristo. Nós podemos divulgar a Boa Nova de Jesus, mas não podemos convencer o homem. Isso é obra do Espírito Santo! Ele é quem convence o homem do pecado e da morte (João 16:7-11). Deus se revela por si (João 1:11-13). O apelo, em sua essência, é inútil, desagradável, invasivo e antibíblico. Não se pode “aceitar a Cristo”, mas Cristo nos aceita segundo a vontade daquele que o enviou: Deus Pai (João 6:37-40).
No decorrer de toda a Palavra, vemos exemplos claros de que Deus não precisa do homem para a sua revelação. Desde Abraão e Melquesedeque até hoje o Senhor se revela sem a interferência humana. Em Atos 14:16-17 Paulo fala de como Deus se revelava ao homem mesmo antes da Boa Nova do Evangelho da Salvação. Inclusive a autorrevelação de Deus é utilizada para que os incrédulos não se justifiquem pelo não conhecimento de Deus:

“Pois a verdade sobre Deus é revelada entre eles porque Deus a manifestou. Desde a criação do mundo, as qualidades invisíveis de Deus, ou seja, seu poder eterno e sua natureza divina são vistas pelos homens claramente. Elas podem ser compreendidas por meio das coisas criadas. Assim, eles não terão desculpa alguma”. (Rm 1:19-20)

Esqueceram de que quem convence é o Espírito Santo e perderam a fé na força da Palavra, por isso buscam por meios e estratégias alcançar fiéis. Paulo afirma que “Em cada nação Ele tem aqueles que O adoram, praticam boas obras e são aceitáveis a Ele” (Atos 10:35). Alguém teria viajado por todas as nações divulgando o evangelho? Ou seria a revelação irresistível de Cristo como aconteceu ao próprio apostolo Paulo, ou a revelação através da observação da criação Divina como aconteceu com Abraão e descrito em Romanos 1:19-20? Pregamos o evangelho porque é mandamento de Cristo, mas não nos cabe a responsabilidade de convencer o homem.

“Há um tipo superficial e inconstante de ‘crença’ que não é, de modo algum, a fé salvadora. Do primeiro milagre público que Jesus realizou até hoje, sempre há pessoas que ‘aceitaram a Cristo’ sem realmente ama-lo, sem submeter-se à sua autoridade e sem abandonar a autoconfiança e a fé em suas próprias boas obras”. (John MacArthur)

O pregador que tenta convencer o homem, consegue através do apelo “crentes” que “aceitaram a Cristo”, mas Cristo não os aceitou (João 2:23-25). Por causa dessa prática, as igrejas de hoje estão lotadas destes “crentes”. E eles são automultiplicadores, pois não conhecem a força da Palavra (1 João 1) e o poder irresistível da presença transformadora de Cristo. A salvação vem pela Fé. A Fé é dom de Deus. A Graça é Divina. As obras são Fruto do Espírito. Portanto não há interferência humana nem na salvação nem mesmo na própria revelação de Jesus, o Cristo.

“Mas a verdade é que é melhor para vocês que eu vá porque, se eu não for, o Consolador não virá para vocês. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado porque os homens não creram em mim. Da justiça divina porque eu vou para o Pai, e vocês não me verão mais. E do juízo porque o príncipe deste mundo já está julgado”. (João 16:7-11).

“Ele me glorificará, e trará grande honra para mim ao mostrar a vocês a minha glória. Porque tudo que pertence ao Pai é meu. Por isso eu posso dizer-lhes que ele mostrará a vocês a minha glória”. (João 16:13-15).

Bibliografia Consultada
MacArthur, John. A Outra Face. Rio de Janeiro: THOMAS NELSON BRASIL, 2010.
Nova Bíblia Viva – São Paulo: MUNDO CRISTÃO, 2010.

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